Novo jornalismo

sexta-feira, 20 de maio de 2016

A maternidade e as mudanças que ela traz!


Hoje lendo algo sobre como se tornar um redator web me lembrei desse blog, o qual criei no auge da faculdade de jornalismo. Decidi acessá-lo e recordar um pouco daqueles tempos em que tinha tanta disposição para falar, escrever, fazer e acontecer. Como as coisas mudam, como nós mudamos, e como a dádiva divina da maternidade contribui para essas mudanças.
Relendo as coisas que escrevi aqui até março de 2011, mês em que descobri a gravidez, me fez sentir saudades da jovem cheia de planos que eu era. Não que eu tenha deixado de ser uma sonhadora, mas meus planos individuais foram engavetados para que eu pudesse fazer outros que incluíssem a minha outra metade. 
Meus planos para depois da faculdade como fazer intercâmbio no Canadá, juro que eu estava com coragem e decidida, e sair pelo Brasil afora atrás de emprego nos jornais do país deram espaço para planos que passaram a incluir meu maior presente...  Yan, hoje com 04 anos.
A partir do momento em que descobri a gravidez inesperada, meio que acidental, passei por uma fase de medo, insegurança, incertezas... Eu estava preparada para ser jornalista, mas será que estava preparada para ser mãe?
A gravidez foi tranquila, mas deixei me abater pela preguiça, estive afastada da leitura, o que é muito ruim para quem estava acostumada a ler um livro por semana, a pelo menos folhear todos os jornais diários. Deixei os planos profissionais de lado, afinal, agora não era só eu. Precisava pensar no meu filho. Em como alimentá-lo, em como educá-lo. 
Me distanciei do jornalismo e até de um simples blog. A partir do momento em que aceitei pra valer minha nova condição, minha nova "profissão", só tinha tempo para pensar em enxoval, fraldas, amamentação, cólicas, brincadeiras infantis. Mas juro, não me arrependo e faria tudo novamente. 
O jornalismo onde ficou? perdido por aí pela falta de boas oportunidades, digo boas principalmente em relação à parte financeira, tendo em vista que o salário de um jornalista iniciante não daria para sustentar um filho e as despesas que vieram com ele. Precisei escolher entre me realizar profissionalmente e sustentar meu filho... eu escolhi a segunda opção. 
Hoje, vendo ele indo à escola com tanto entusiasmo, e poder acompanhar seu desenvolvimento, poder ajudá-lo nas tarefinhas, não tem espaço para arrependimentos, só tem espaço para orgulho... orgulho dele e de mim mesma, afinal, eu consegui, eu estou conseguindo.
Confesso que só há pouco voltei à minha rotina de ler muito e escrever. Apesar de ainda não ter surgido a oportunidade que vai me realizar profissionalmente no jornalismo, talvez nem apareça, estou feliz. Feliz por poder trabalhar e sustentar o meu filho, por poder dar a ele a oportunidade de começar sua vida escolar em uma boa instituição. E feliz por poder mesmo que de forma voluntária voltar a pensar no jornalismo. Hoje escrevo para a Revista Di Rolê e para o Jornal Voz Católica da Paróquia Santo Antônio de Planaltina Goiás. Escrevo sem pressão e sobre coisas que eu gosto. E acho que é a melhor forma de ser jornalista.
Então, essa é a verdade, a maternidade nos modifica, nos faz engavetar planos para fazer outros que incluam os filhos e isso, hoje eu sei, não é nenhum problema, ao contrário, é uma benção.