Novo jornalismo

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Resposta do PT

O Partido dos Trabalhadores, em nota publicada nesta quinta-feira ao fim da manhã, respondeu ao ataque do senador tucano por Pernambuco, Sergio Guerra, à ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Porém, a nota quase não ganhou destaque por parte da mídia brasileira, aquela que deveria ser imparcial, ou até tenha ganhado,mas só a parte que interessa à oposição, aquela que dá  "motivos" para reclamar. Já as "belas" palavras do senador Sergio Guerra virou um show. Talvez tenha ganhado tanto destaque quanto assuntos relevantes.
Leiam a nota oficial do PT em resposta à nota do PSDB que atacou Dilma:


"Em nota publicada na noite da última terça-feira (19), dizíamos que `torcemos para que o PSDB se encontre e produza um programa de governo, para que possamos ter um debate de alto nível neste ano eleitoral'".
"A nota divulgada ontem (20) pelo presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra, mostrou que nossas esperanças eram infundadas. De forma desqualificada, vil, caluniosa e grosseira para com a Ministra Dilma Rousseff, o que merece repúdio de todos, a nota revela o desespero por que passa a oposição brasileira, incapaz de produzir um programa de governo que sensibilize os corações e as mentes dos brasileiros".*
"Até entendemos o desequilíbrio do senador Sérgio Guerra, que, recentemente, em entrevista à revista Veja, descuidou-se e revelou as verdadeiras intenções de seu partido em acabar com o PAC, o que deve ter lhe rendido severas reprimendas de seus pares".*
"No entanto, o que mais salta aos olhos é a hipocrisia do candidato de PSDB, José Serra, que ao mesmo tempo em que afirma estar `concentrado no trabalho´ e que `não vai entrar nenhum bate-boca eleitoral de baixaria´, usa o presidente do seu partido como um verdadeiro jagunço da política para divulgar uma nota daquele teor".*
"O PT reafirma que pretende fazer um debate de propostas e projetos, em alto nível, que permita ao povo brasileiro escolher o caminho mais adequado ao nosso país".*

*Ricardo Berzoini** - presidente nacional do PT*
*José Eduardo Dutra** - presidente nacional eleito do PT*

*21 de janeiro de 2010*

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

MORRE ZILDA ARNS

A Igreja Católica está de luto pela morte da fundadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns. A fúria da natureza não escolhe entre bons e maus, ricos ou pobres. Ela simplesmente devasta tudo por onde passa. E com isso levou uma médica que sempre agiu pelo bem de crianças e famílias do mundo inteiro. Zilda estava em missão humanitária no Haiti quando foi vitima do terremoto escala 7 que atingiu o país na tarde de terça-feira, 12/01.



Que Deus a tenha em um bom lugar.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

O homem de R$ 1 bilhão

Reportagem publicada na edição de 28/12/2009 da Revista IstoÉ. Dizem que todos os exemplares que foram para as bancas do Distrito Federal foram compradas por pessoas, que não leitores, na primeira hora do dia, assim que as bancas abriram. Se isso realmente aconteceu, quem será que comprou todas as revistas IstoÉ de BSB? E por qual motivo?

Para os que não encontraram um exemplar da revista nas bancas, segue uma das reportagens mais bombásticas da edição.


Poucos entendem como o ex-corretor de imóveis e hoje senador Gim Argello conseguiu ampliar seu patrimônio em 10 mil vezes em pouco mais de 25 anos


Sérgio Pardellas e Hugo Marques


"Queira Deus que um dia aconteça de eu ter R$ 1 bilhão" Gim Argello, senador (PTB/DF)

  Na primeira semana deste mês, o senador Gim Argello (PTB-DF) desembarcou na antessala da Presidência do Senado exibindo um indisfarçável sorriso no rosto. Diante dos olhares de expectativa de parlamentares do PMDB, entre os quais os senadores Renan Calheiros (AL) e Wellington Salgado (MG), Argello justificou tamanha felicidade: “Alcancei meu primeiro bilhão de reais”, disparou, para a surpresa dos colegas. Aos 47 anos, Argello personifica o milagre de Brasília. A capital federal não possui indústrias, grandes multinacionais nem de longe é o coração econômico do País. Mas é uma cidade onde as pessoas usam a proximidade com o poder como trampolim para o mundo dos grandes negócios. Esse é o caso do senador do PTB, que, depois do escândalo do mensalão do DEM, desponta entre os prováveis candidatos ao governo do Distrito Federal em 2010. À ISTOÉ, em entrevista rápida, Argello nega o que vem afirmando aos colegas senadores. Argello iniciou a carreira empresarial há 25 anos, como corretor de imóveis. Tinha um patrimônio que não chegava aos R$ 100 mil, ou seja, 10 mil vezes inferior ao que ele anda alardeando pelos corredores do Senado. Graças à bem-sucedida atividade de corretagem, ele conseguiu multiplicar seus bens por três em menos de uma década. Mas foi com a política que viu seu patrimônio crescer de forma meteórica. Desde que foi eleito deputado distrital pela primeira vez em 1998, Argello não parou de acumular bens. Em 2006, o parlamentar declarou à Justiça Eleitoral patrimônio que somava R$ 805.625,09. Mas só a sua casa de 872 metros quadrados, na Península dos Ministros, área mais nobre de Brasília, localizada próxima à residência do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), está avaliada em R$ 5 milhões. Segundo apurou ISTOÉ, o senador do PTB também é proprietário de rádios, jornais e uma franquia da Empresa dos Correios e Telégrafos Setor Comercial Sul (SCS). Dona de uma extensa carteira de clientes, a agência dos Correios, de acordo com especialistas do setor, ostenta um faturamento anual de cerca de R$ 100 milhões, o mais alto entre as 27 franquias da ECT no Distrito Federal.

 


A maioria das empresas que Argello controla está registrada no nome de parentes e assessores. Desde 2007, por exemplo, há registros na Junta Comercial de sociedade de um de seus filhos, Jorge Affonso Argello Júnior, nas empresas Grid Pneus e Garantia Pneus e Serviços Automotivos. O capital integralizado da Grid é de R$ 1,6 milhão, e o da Garantia, de R$ 2,8 milhões. A Gris, segundo Argello, já teria sido vendida por Jorge Affonso. Em 2007, ele desembarcou no Senado timidamente, como suplente de Joaquim Roriz , que renunciou ao mandato. Em pouco tempo conquistou a confiança de Calheiros e Sarney. Num atestado de força política, o petebista emplacou o assessor técnico de seu gabinete parlamentar, Ivo Borges, numa das cinco diretorias da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Como líder da bancada do PTB, com sete votos decisivos para o governo no Senado, Argello também se aproximou da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, a quem costuma chamar de “chefa”. A amizade com Dilma foi conquistada durante caminhadas matinais ao lado da ministra, que mora no mesmo bairro do senador. Argello orientou seu jardineiro a avisá-lo sempre que Dilma se preparava para caminhar. Quando ela despontava no horizonte, Argello começava sua sessão de alongamentos, que só terminava quando Dilma cruzava com ele.
O rápido enriquecimento de Argello também lhe rendeu pendências na Justiça. Ele responde a processo no STF por lavagem de dinheiro, crimes contra o patrimônio, apropriação indébita, ocultação de bens, peculato e corrupção passiva. O processo tramita em segredo de Justiça, e não se conhece em detalhes o teor da acusação sobre operações financeiras que Argello não conseguiu identificar. O senador do PTB também foi acusado de envolvimento num esquema de mudança de destinação de lotes na Câmara Distrital. Pelo esquema, áreas rurais desvalorizadas são transformadas em áreas residenciais e áreas para restaurantes viram disputados lotes para postos de gasolina. Esse esquema também teria funcionado nos condomínios de Brasília, pendentes de legalização. A empresária Rosa Lia Fenelon revelou à ISTOÉ que Argello exigiu 100 terrenos em sua propriedade, o Condomínio Pousada das Andorinhas, para legalizar toda a área na Câmara Legislativa, à época em que era deputado distrital. “Tive de passar 100 lotes para pessoas indicadas por Argello. Fui extorquida”, acusa Rosa. Quando procurada por Argello, em 2001, Rosa estava vendendo os terrenos a R$ 30 mil cada um. Hoje, é impossível comprar um lote por menos de R$ 300 mil na região. Rosa afirma que todos os terrenos foram entregues a assessores e parentes do senador. “A gente não consegue legalizar nada em Brasília se não for através da corrupção”, lamenta, explicando que Argello foi pessoalmente à sua casa para cobrar o dízimo. O senador desmente as acusações e diz que nunca fez negócios com Rosa e nunca autorizou ninguém a falar em nome dele com a empresária. Sobre seu suposto patrimônio bilionário, desconversa. “Deus queira que isso um dia aconteça”