Novo jornalismo

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Eperança Pedetista


O Ministro do Trabalho, Carlos Lupi, disse hoje em entrevista a alguns jornalistas que acredita que a candidata do PT, Dilma Rouseff, chegará à presidência logo no primeiro turno das eleições do ano que vem. Questionado pelos jornalistas sobre os números das pesquisas em que Serra aparece na frente, Lupi disse que em suas viagens pelo Brasil afora escuta o povo dizer que vai votar na “mulher do Lula”, sem saber citar o nome de Dilma. Será que as pesquisas levam em conta uma resposta como essa?

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

O povo brasileiro precisa aprender a tirar suas próprias conclusões

Na última quinta-feira (24/12), o prestigiado jornal francês Le Monde¹ escolheu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva como "o homem do ano de 2009. Por seu sucesso à frente de um país tão complexo como o Brasil, por sua preocupação com o desenvolvimento econômico, com a luta contra as desigualdades e com a defesa do meio-ambiente”.
1) http://www.lemonde.fr/opinions/article/2009/12/24/lula-l-homme-de-l-annee-2009-par-eric-fottorino_1284552_3232.html#ens_id=1284699

Poucos dias antes, Lula foi escolhido pelo jornal espanhol El País² a primeira das cem personalidades mais importantes do mundo ibero-americano em 2009. Com direto a foto de capa inteira e perfil assinado pelo próprio primeiro-ministro da Espanha, José Luis Zapatero. "Homem que assombra o mundo", "completo e tenaz", “por quem sinto uma profunda admiração", escreveu o premiê espanhol.
(2) http://www.elpais.com/articulo/internacional/hombre/asombra/mundo/elpepuint/20091211elpepuint_1/Tes
Neste dia 29 de dezembro, o jornal britânico Financial Times³ escolheu o presidente brasileiro como uma das 50 personalidades que moldaram a última década, porque “é o líder mais popular da história do Brasil”. “Charme e habilidade política... baixa inflação... programas eficientes de transferência de rendas...", diz o jornal.
(3) http://www.ft.com/cms/s/0/32e550e8-efd4-11de-833d-00144feab49a.html


Por quê os brasileiros e a grande mídia do nosso país insistem somente nas criticas destrutivas ao nosso Presidente? O povo dá ouvidos demais à mídia sem fazer uma analise e tirar suas próprias conclusões. A mídia não existe só para noticiar, existem interesses muito mais complexos por trás dos assuntos noticiados. O que não interessa ou vai contra os interesses dos grandes, eles simplesmente não mostram ou distorcem. O povo precisa se atentar para o que ouve, vê e lê na grande mídia brasileira. As três reportagens internacionais citadas acima quase não apareceram ou nem sequer foram citadas em muitos jornalões do nosso país. Por quê? pensem e tirem SUAS PRÓPRIAS conclusões.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Adereço perigoso: pulseirinhas inocentes!!!

PAIS ATENTEM PARA O COMPORTAMENTO DE SEUS FILHOS E CUIDADO.

Adereço, com conotação sexual, virou febre entre os adolescentes, mas preocupa os pais. À primeira vista, uma colorida pulseira de plástico nos pulsos de crianças parece inocente. Mas na realidade elas são um código para as suas experiências sexuais, onde cada cor significa um grau de intimidade, desde um abraço até ao sexo propriamente dito. Poderia confundir-se com mais uma daquelas modas que pega, uma vez que é usado por milhares em várias escolas primárias e preparatórias no Reino Unido e custam apenas uns centavos em qualquer banca ao virar da esquina.
Mas as diferentes cores das ditas pulseiras de plástico – preto, azul, vermelho, cor-de-rosa, roxo, laranja, amarelo, verde e dourado – mostra até que ponto os jovens estão dispostos a ir, se proporcionar, desde dar um beijo até fazer sexo.
Andam uns atrás dos outros nos recreios das escolas, na tentativa de rebentar uma das pulseiras. Quem a usava terá de “oferecer” o ato físico a que corresponde à cor. É o “último grito” do comportamento promíscuo que sugere, cada vez mais, que a inocência da infância pertence a um passado distante.
Quase tão chocante como as “festas arco-íris” – encontros com muito álcool e droga à mistura, em que as meninas usam batons de cores diferentes para deixar a “marca” nos rapazes -, as “pulseiras do sexo”, que custam apenas um euro (um pacote com várias), têm um custo maior que foge ao alcance de muitos pais.

Significado das cores:

» Amarela – é a melhor porque significa das um abraço no rapaz;

» Laranja – significa uma “dentadinha do amor”;

» Roxa – já dá direito a um beijo com língua;     

» Rosa – a menina tem de lhe mostrar o seio;

» Vermelha – tem de lhe fazer uma lap dance;

» Azul – fazer sexo oral praticado pela menina;

» Verde – são as dos chupões no pescoço;

» Preta – significa fazer sexo com o rapaz que arrebentar a pulseira;

» Dourada – fazer todos citados acima ou sexo papai e mamãe

Símbolo de respeito
Como quase em tudo nestas idades, existe um estigma por detrás das pulseiras: quem não as usar é excluído e quem usar as cores preto e dourado é mais respeitado. “No meu grupo da escola, a líder – que serve de exemplo para todos – só usa pulseiras pretas e douradas. Todos os rapazes da minha turma usam pretas e se uma rapariga também usa, eles gostam todos dela”, conta a criança de 12 anos.
Shannel Johnson, de 32 anos, descobriu através da filha, de oito, o significado das pulseiras e admitiu ao The Sun que nunca suspeitaria do código subjacente. Quando a filha Harleigh lhe disse que se alguma rebentasse, tinha de fazer um “bebe com um rapaz”, Shannel teve uma conversa com a filha, chamando-a à realidade.
Esta mãe, preocupada, começou a pesquisar na Internet e descobriu sites onde se vendiam as pulseiras, grupos no Facebook e fóruns de menores a discutir quem usava que cores. Enquanto alguns pais já confiscaram as pulseiras, muitos continuam na ignorância do significado destes acessórios aparentemente da moda.

Preste muita atenção, estas pulseiras já chegaram ao Brasil!

Artigo GazetaOnline 10/11/09 – Pulseiras do sexo: uma mania adolescente (http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2009/11/561323-pulseiras+do+sexo+uma+mania+adolescente.html)

Nota site Acores:
Foi o jornal Inglês The Sun que trouxe o assunto para a discussão ao publicar um artigo em que afirmava que nas escolas inglesas os adolescente usam pulseiras coloridas para trocar entre si mensagens de teor sexual.
Essas pulseiras que foram muito usadas nos anos 80, feitas à base de silicone, custam apenas uns cêntimos e existem em variadas cores.
Segundo o jornal inglês, os adolescentes teriam então inventado vários jogos com as respectivas pulseiras, cujo objectivo é sempre o mesmo: ao rebentar uma pulseira duma determinada cor, o rapaz terá direito a reclamar o comportamento sexual da menina, que pode ir desde um abraço ou beijo até a uma relação sexual.
Note-se que não se trata de nenhum tipo de violência, mas de um jogo que é aceito por ambas as partes. Este aspecto é muito importante e confundiu por completo os adultos, pois que para além do jogo em si, muitas adolescentes usam as ditas pulseiras apenas como objectos decorativos.

Tb há uma reportagem do dia 13/12/09 acerca desse assunto no site da G1.










Visite: www.otimismoemrede.com

Avatar


Vi o trailer do filme "Avatar", do diretor James Cameron, e não me interessei em assistir ao filme. Fui para acompanhar um amigo e fiquei impressionada com a qualidade dos efeitos e da produção. A história se passa no planeta Pandora em 2154, e é a realidade humana travestida de ficção. O filme mostra o egoísmo e a ganância do homem. A diferença é que ainda estamos destruindo nosso próprio planeta. Mas pelo andar da carruagem, acredito ser possível em 2154, o homem já ter invadido outro planeta para praticar seu poder de destruição.

Recomendo o filme, se possível em 3D. É uma obra de arte.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Que sufocooooo..... e o Grêmio abre o placar. Facilitando? quem facilitou alguma coisa naquele jogo? Flamengo começa apático, parecia até que estava com medo. E a torcida roendo as unhas. E a bolinha aparece na tela.... AI MEU DEUS.... lá vem o Inter... e o flamengo nada. É O AI JESUS.
Sofrimento, ansiedade, xingamentos e palavrões e a cerveja secando no copo e mais ansiedade até que............ David... empata o jogo. E termina o 1º tempo. Lá vem o segundo e o Inter só metendo a bola na rede. E no Maraca e em todos os cantinhos do nosso país e do mundo.... mais ansiedade rubro negra. Até que 24 minutos do 2º tempo.... é eleee.... Ronaldo Angelimmmm. E agora, segura tudo ai Brunoooo. E ele faz gracinha com a bola pra desesperar ainda mais a torcida. E aos 48 minutos.... PIIIIIIIIII.  E, e, e, e é HEXAAAAAAAAAAAAAAAAA.
VALEU ANDRADE, VALEU ELENCO NOTA 1000!!!!!!!!

TÚ ÉS TIME DE TRADIÇÃO, RAÇA, AMOR E PAIXÃO. Ó MEU MENGO.
EU SEMPRE TE AMAREI, ONDE ESTIVER ESTAREI, Ó MEU MENGO.

VALEUUUUUUUUU!!!!!!!!!!!!!!!!!!

UMA VEZ FLAMENGO, SEMPRE FLAMENGO!

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

PRECISO DE UM ESTÁGIO!!!!

Preciso muito e urgentemente de um estágio na área de jornalismo. Sei que o mercado de trabalho é muito concorrido e o estágio é a melhor forma de me preparar. Gostaria muito de conseguir um bom estágio para adquirir conhecimento e experiência.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

O crack, droga conhecida como "o mal do século", está invadindo as cidades do interior e até tribos indígenas. E não tem classe social. Na cracolândia ou nos inúmeros pontos de venda Brasil afora não importa se é rico ou pobre desde que tenha pelo menos R$ 1 no bolso para comprar uma pedra do "demônio". E ganhou um pequeno espaço na mídia. Pena que esse espaço só apareceu em decorrência de um crime no mês passado, em que um jovem da CLASSE MÉDIA matou uma vizinha. Ontem, 25/11, o Correio Braziliense publicou uma reportagem especial falando sobre o alastramento da  maldita que tem destruido tantas vidas e familias pelo mundo. E li na revista época do dia 02 desse mês, mesma edição que publicou matéria sobre o crime do RJ, uma entrevista com um tenente aposentado da divisão de narcóticos da policia americana, Jack Cole, em que fala sobre a mais provável solução para esse mal... A LIBERALIZAÇÃO DAS DROGAS. Concordo plenamente com ele. Não adianta prender os traficantes e usuários. A cadeia no Brasil é uma faculdade da criminalidade onde os traficantes são os professores e os usuários sairão formados e piores.
 
ENTREVISTA - JACK COLE
 "A solução é liberar todas as drogas"

Ex-policial americano que prendeu mil traficantes como infiltrado diz por que reprimir não resolve

NELITO FERNANDES

Ele passou 14 de seus 71 anos infiltrado em grupos de traficantes de Nova Jersey, nos Estados Unidos. Hoje, anda com um broche em que está escrito “Policiais dizem: legalizem as drogas. Pergunte-me por quê”. Se você perguntar, ele lhe dará uma série de estatísticas. Se a conversa durar um pouco mais, Cole contará sua história de vida. Em sua última missão, Cole saiu de casa quando a filha tinha 12 anos e só tornou a vê-la aos 14. Revoltada e acreditando ter sido abandonada, ela só voltou a falar com o pai quando fez 21 anos. Hoje, Cole dirige uma ONG que reúne juízes, promotores e policiais em 76 países, todos a favor da legalização das drogas. Nesta entrevista a ÉPOCA, ele lista seus motivos para defender a liberalização – e as razões para o fracasso da política antidrogas dos EUA.

O QUE FEZ

Trabalhou por 14 anos como agente infiltrado para combater o tráfico de drogas em Nova Jersey. É um dos fundadores e atual diretor executivo da ONG Law Enforcement Against Prohibition (Leap), uma organização que reúne policiais, juízes e promotores pela liberação das drogas. Percorre o mundo dando palestras

ÉPOCA – Como é a vida de um infiltrado no tráfico?

Jack Cole – Não é tão emocionante e heroico quanto a gente vê nos filmes. É um trabalho que ninguém deve fazer por mais de cinco anos. Isso foi o que meu superintendente disse, mas eu acabei ficando 14 anos. É o tipo de serviço que faz muitos estragos na cabeça do infiltrado. Pela ótica de quem declara guerra ao tráfico, faz sentido. Porque toda guerra precisa de um espião. Eu era o espião dessa guerra que não estamos vencendo e não vamos vencer.





ÉPOCA – Como sua família reagia?

Cole – Estou em meu terceiro casamento, e dois deles acabaram enquanto eu era infiltrado. Não preciso dizer mais nada. Ninguém além de sua mulher pode saber o que você faz, então você vive uma vida paralela, de que seus filhos não sabem. Em alguns casos você aluga uma casa, passa parte do tempo lá e volta para a sua casa de verdade todas as noites. Em outros, não pode nem voltar para casa. Em minha última missão, eu saí de casa quando minha filha tinha 12 anos, fui para outro Estado, vivi com bandidos e só voltei quando ela tinha 14 anos. Ela achou que eu tinha abandonado a família e só voltou a falar comigo quando fez 21 anos. É devastador.

ÉPOCA – Como entrava nas quadrilhas?

Cole – Não eram exatamente quadrilhas. Na maioria das vezes eram pessoas como nós, e a única diferença deles para nós é que eles decidiram colocar algo em seu corpo que nós não colocamos. A maioria nem sequer usava arma. Era gente que pegava drogas e repassava para os amigos, e muitos nem tinham lucro com isso. Meu trabalho era baseado em alvos. Eu tinha de me transformar no melhor amigo do alvo, a ponto de ele me fazer confidências que mais tarde seriam usadas contra ele. Então eu passava a ir aos lugares que eles frequentavam, pagava uma bebida, puxava um assunto ou tentava comprar uma droga. Depois era só ir às reuniões, às festinhas, onde eles perguntavam quem queria ficar doidão.

ÉPOCA – O senhor chegou a ficar amigo de verdade de algum traficante?

Cole – Sim, claro. Por que não ficaria? Como eu disse, são pessoas normais, como nós, que em algum momento resolvem se drogar. Muitos deles, para sustentar o vício, resolvem vender para amigos. Você vira confidente, mas faz também confidências. Você pensa o tempo todo que está sendo um traidor, mas tem de ficar firme até o final da operação. Em geral, prendíamos todos de uma vez, e eu era preso também.

ÉPOCA – Depois de serem presos, eles sabiam quem era o traidor?

Cole – Na hora da acusação, eu tinha de testemunhar. Eles tinham o direito de saber como foram presos. Minha presença os fazia se declarar culpados, porque sabiam que eu tinha conhecimento de tudo. Quando alguém ia preso, era como se uma parte de mim fosse presa também, porque eu dividi minha vida com aquela pessoa. Uma vida falsa, mas em determinado momento você não sabe mais o que é verdade e o que é falso, porque você vive aquilo. Não esqueço o olhar de decepção deles quando me viam no corredor do tribunal. É um trabalho nojento. O pior é que hoje vejo que nosso trabalho na década de 70 acabou provocando mais tráfico e bandidagem.

ÉPOCA – Por quê?

Cole – Uma das bandeiras de Richard Nixon para se eleger (à Presidência dos Estados Unidos, em 1968) foi a guerra total ao tráfico. Quando eu entrei para a polícia, em 1964, meu departamento tinha 1.700 policiais e sete deles trabalhavam na divisão de narcóticos. Em 1970, eram 76. Eles multiplicaram por 11 o número de policiais nas divisões de narcóticos. Só que não havia tanto tráfico assim. Naquela época, só 2% dos americanos usavam drogas. Hoje, são 16%. Era difícil mesmo achar traficantes, principalmente em cidades como Nova Jersey. Transformaram um terço dos policiais em infiltrados, para prender pequenos traficantes de bairros menores e justificar a verba. Então começamos a prender, prender e prender. Policiais mentiam sobre a quantidade de droga apreendida, porque quanto mais você apreendia maior o salário. A chefia de polícia chamava a imprensa, mostrava os presos e dizia: “Seu bairro está cheio de traficantes”. Assim conseguiam verba.

ÉPOCA – Por que o senhor faz uma relação entre o número de presos naquela época e o aumento do tráfico hoje?

Cole – Prendemos gente que tinha recuperação, que não era exatamente um traficante. Só eu prendi uns mil. Gente comum que foi para a cadeia e lá conheceu traficantes de verdade, fez um verdadeiro curso intensivo de tráfico e outros crimes. E não se recuperam quando saem de lá. A condenação é uma mancha que não sai de sua vida jamais. Quem vai dar emprego? A alternativa é traficar mais, roubar e matar, ainda mais depois de fazer amizades e se profissionalizar na cadeia. Você pode superar o vício, mas jamais vai superar uma condenação. A única forma de quebrar essa corrente é liberar as drogas.

ÉPOCA – Mas, se a maconha for liberada, aparecerá alguém traficando cocaína. Se a cocaína for liberada, aparecerá alguém vendendo crack...

Cole – E por que não podemos liberar tudo de uma vez? Temos de liberar todas as drogas. No momento em que liberarmos, acabará o tráfico. Ele simplesmente não vai mais precisar de armas, nada disso. As drogas seriam vendidas em qualquer lugar, e o consumidor saberia exatamente o que ele está usando, como vocês têm na embalagem de cigarro os avisos de todas as substâncias que o produto contém. Os governos deram às polícias a missão de proteger os adultos de si próprios. Isso não faz sentido. Não funcionou com o álcool, e nós levamos 30 anos para perceber isso. Na hora em que legalizamos o álcool, acabou o crime provocado pelo álcool.

ÉPOCA – Mas os problemas de saúde relacionados ao álcool persistiram.

Cole – E os da droga estão aí sem o menor controle. É um equívoco achar que as pessoas vão se drogar mais e que teremos mais problemas. Portugal descriminalizou as drogas em 2001 (mais exatamente o consumo de maconha, cocaína, heroína e meta-anfetaminas) e o consumo entre jovens de 12 a 15 anos caiu 25%. Também caiu 22% entre os jovens de 16 a 18 anos. Porque as pessoas passam a saber mais sobre as drogas. É inevitável. A contaminação por aids com agulhas usadas caiu 71%; as mortes por overdose, 52%. Isso acontece porque as pessoas não precisam ir para os guetos e dividir agulhas. Se você legalizar a droga, sabe o que vai acontecer no dia seguinte nos morros do Brasil? Eles vão estar fora do negócio, não vão ter mais território para defender. Eles só têm armas porque precisam se defender da polícia e das outras gangues.

ÉPOCA – Só que as armas já estão lá e podem ser usadas para cometer outro tipo de crime, com ou sem drogas envolvidas.

Cole – O tráfico é um dos crimes mais difíceis de combater e o que mais corrompe a estrutura policial, porque o tráfico precisa de ponto fixo e, para ter ponto, você precisa comprar a polícia. O tráfico também não tem vítima direta. Tanto o traficante quanto o viciado se beneficiam do negócio. Então você não vai ter um viciado dando queixa. Já num assalto a banco é impossível ninguém dar queixa. Para um adolescente pegar uma arma e entrar num banco é muito mais difícil. Já para ele vender drogas aos amigos, dar recado de traficantes, vigiar a polícia, é muito mais fácil. Sem contar que o traficante que serve de exemplo para ele não vai mais estar ali.

ÉPOCA – Aqui estamos discutindo colocar metralhadoras em helicópteros e aumentar a pena por tráfico.

Cole – Não estou querendo me meter nos assuntos de seu país, mas não cometam o mesmo erro que nós. Você coloca uma metralhadora no helicóptero, o traficante compra um foguete. Você entra com um tanque, ele compra bazucas. E isso vai parar onde? Vão fazer um Vietnã urbano?

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Jornal

Começo meu blog postando um artigo que achei muito interessante, do culunista da revista FOCO, José Alberto Couto Maciel. O que ele diz no artigo é justamente o que penso sobre o futuro decadente dos jornais impressos. Com as novas midias no auge e cada vez mais in o jornal impresso está perdendo sua importância para o dia-a-dia dos leitores que querem estar cada vez mais atualizados, o que a midia impressa já não consegue a algum tempo. Foi-se seus tempos de glória. A nova geração é da internet. Os jovens buscam noticias nos jornais on-line e nas novas formas de comunicação como o twitter que está crescendo a cada dia.

JORNAL
José Alberto Couto Maciel

Abro o jornal pela manhã e leio uma nova falcatrua no Senado Federal. Isso vai demorar mais alguns dias, até que apareça um sucedâneo na Câmara dos Deputados, ou um escândalo descoberto pela Policia Federal com a consequente prisão de 20 ou 30 figurões que serão soltos, normalmente, no prazo de 24 a 48 horas, alguns deles pelo Supremo Tribunal Federal, o que amplia o noticiário nos próximos dias.
Na parte dos esportes leio o que já vi à noite. No domingo o jornal rapidamente chega no sábado, certamente que com notícias não muito frescas.
Assim, na atualidade, o jornal é um veículo através do qual a imprensa nos informa tudo sobre o que tivemos conhecimento ontem, pela televisão.
Realmente, o jornal teve sua fase áurea como o principal condutor das últimas, frescas, pois saía diariamente com notícias que, antes da era globalizada, poderíamos entender como atualíssimas.
Hoje, porém, o jornal repete uma série de informações, suja nossas mãos que costumam segurá-lo juntamente com o pão, no café da manhã, amassa se houver qualquer vento e você estiver lendo no jardim, e com aquele tamanho idiota, exige que sua leitura seja feita com ele dobrado.
No avião, como quase sempre as viagens são lotadas, você abre o jornal até a metade, expremido e com vergonha de enconstar no gordo que viaja ao seu lado.
Parece-me que, efetivamente, deve haver uma reforma imediata nos jornais porque, desde que me conheço, e já me conheço faz anos, nada mudou, nem mesmo as notícias de primeira página sobre as falcatruas no Senado.
É certo que o jornal serve para a gente se esconder quando está sentado e não quer cumprimentar alguém, mas, mesmo assim, fica difícil e ridículo o artifício, pois quase sempre a pessoa reconhece a tentativa, bate em você no braço e pergunta: quais são as novas?
Alguns pobres ainda se cobrem com jornais para dormir, o que, pelo menos, dá a ele um certo cunho social. Também são muito usados para ver se o cachorro aprende a "fazer xixi" em cima, o que nunca dá certo, pois basta colocar o jornal em determinado lugar que ele faz suas necessidades bem ao lado.
Existe, entretanto, uma função de alta relevância política do jornal, e a ele devemos muito pela manutenção de nossa democracia. É que, todas as vezes que o noticiário ataca um político de expressão e demonstra um pouco de suas vísceras, a Justiça determina seu fechamento, ou a proibição de publicar tais fatos.
Em decorrência, há um recurso e o Tribunal, imediatamente, em nome da democracia, afirma que a imprensa é livre e libera as publicações.
Em consequência dessas proibições, são entrevistados três ou quatro juristas que dizem sobre a diferença da ditadura e do regime que vivemos, cronistas alardeiam o retorno da linha dura e pedem a prisão do juiz suspeito e, como num passe de mágica, a liberdade volta e respiramos novamente os ares de um país desenvolvido politicamente.
Há, porém, exceções. Existem jornais que trazem informações muito atuais e crônicas das melhores. Infelizmente não tenho no nome deles para indicar aos leitores.


(publicado na revista FOCO, ed. nº. 167/ 2009)